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Avivamento - Parte 1



Bom, vou dividir esse sermão em 2 postagens.
Nessa primeira parte será apresentada a base para a convicção de que precisamos de um avivamento. Na segunda parte veremos a solução desse grande problema que enfrentamos.


Aviva-nos Ó Senhor!!

Por Charles Spurgeon

Texto das Escrituras: "Aviva a tua obra, ó SENHOR" (Habacuque 3.2).

Toda verdadeira religião é obra de Deus. Deus é, de fato, o autor da salvação no mundo, e a religião é obra da graça. Se houver alguma coisa boa e extraordinária na Igreja, isso também é obra de Deus, do início ao fim.

É Deus quem aviva a alma que estava morta e quem preserva a vida dessa alma. Deus nutre e aperfeiçoa essa vida na Igreja. Não atribuímos nada a nós mesmos, mas tudo a Deus. Não ousemos sequer um instante pensar que nossa conversão ou nossa santificação é efetuada por esforço nosso ou de outros.

Portanto, confiando no Espírito de Deus que me ajuda, vou procurar aplicar esse princípio primeiramente a nossa alma de modo pessoal, depois à igreja em geral.

Então, vejamos primeiro quanto a nós mesmos. Muitas vezes maltratamos a Igreja quando o açoite deveria flagelar nossos ombros. Devemos sempre lembrar que fazemos parte da Igreja e que nossa falta de avivamento está de alguma maneira relacionada à falta de avivamento da Igreja em geral. Faço a seguinte acusação contra nós: nós, cristãos, precisamos em nossa vida de um avivamento de devoção. Tenho razões abundantes para provar isso.

Em primeiro lugar, observe a conduta e as conversas de muitos de nós, que professamos ser filhos de Deus.

Nos dias de hoje, é muito comum alguém tornar-se membro da Igreja. Mas isso significa que hoje há menos enganadores que antes? Menos fraudes são cometidas? A moralidade tem aumentado? Vemos os vícios diminuir? Não, não vemos nada disso. Nossa geração é tão imoral quanto qualquer outra que nos precedeu. Existe o mesmo tanto de pecado, embora talvez hoje ele seja mais disfarçado.

É do conhecimento de todos que ser membro de uma igreja não garante que a pessoa seja honesta. A vida de muitos membros de igreja oferece ao mundo motivos para indagar se existe alguma devoção em nós. Ambicionamos dinheiro, cobiçamos, seguimos a perversidade desse mundo, oprimimos o pobre e negamos os direitos da classe trabalhadora — contudo, professamos ser povo de Deus! A Igreja precisa de avivamento na vida de seus membros.

Em segundo lugar, observemos a conversa de muitos cristãos professos. Preste atenção à conversa do cristão mediano. Você pode passar o ano inteiro, desde o primeiro dia de janeiro até o último dia de dezembro, sem ouvi-lo falar de sua fé. Ele raramente menciona o nome de Jesus Cristo. Sobre o que conversa no domingo, na hora do almoço? Sem dúvida, não será sobre a mensagem do pastor, a não ser para criticar as falhas.

Alguma vez conversará sobre o que Jesus disse ou fez? Sobre quanto Ele sofreu? Quando vamos visitar alguém, de que falamos? Concluo o seguinte: você nunca saberá como chegar ao céu se ficar apenas escutando a conversa de certos membros de igreja! Falamos muito pouco sobre o Senhor, não é verdade? Muitos cristãos estão precisando orar assim: "O Senhor, aviva tua obra em minha alma, para que minha conversa possa ser mais semelhante a Cristo, temperada com sal, preservada pelo Espírito Santo!".

Todavia, mesmo que nossa conduta e nossas conversas fossem mais consistentes com nossa fé, eu ainda faria esta terceira acusação contra nós: há muito pouca comunhão verdadeira com Jesus Cristo. Se, pela graça de Deus, nossa conduta e nossas conversas fossem consistentes e nossa vida fosse impecável, muitos de nós estaríamos em falta diante do que chamamos "santa comunhão com Jesus".

Permitam-me perguntar: quando foi a última vez que tiveram uma conversa íntima com Jesus Cristo? Alguns de vocês poderão dizer: "Falei com ele hoje mesmo pela manhã. Contemplei sua face com alegria". Contudo, temo que a maioria dirá: "Há meses que não falo com o Senhor".

O que você está fazendo com sua vida? Cristo está vivendo em sua casa, e mesmo assim você não conversa com ele há meses? Não me deixe condenar ou julgar você, mas permita à sua consciência falar: não estamos, de fato, vivendo sem Jesus? Não temos estado mais contentes com o mundo, enquanto negligenciamos a Cristo?


Retirado de Charles Haddon Spurgeon







Leia também:

- Avivamento - Parte 2
- Eu quero ser um Vaso Novo
- Vivendo pela Fé
- Compromisso ou Interesse
- Ore

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