Têm sido considerado por alguns que, enquanto Pedro viveu, a fonte de suas lágrimas começava a jorrar sempre que se lembrava de sua negação do seu Senhor. Não é improvável que fosse assim (por ser seu pecado muito grande, e a graça ter posteriormente feito nele um trabalho perfeito). Esta mesma experiência é comum a toda a família dos remidos de acordo com a proporção com que o Espírito de Deus tenha removido o coração de pedra original.
Nós, como Pedro, lembramo-nos da nossa presunçosa promessa: "Ainda que todos os homens venham a renunciar a Ti, eu não irei". Nós engolimos nossas palavras com as ervas amargas do arrependimento. Quando pensamos sobre o que nós prometemos que seríamos, e o que temos sido, podemos chorar inteiras chuvas de tristeza. Ele pensou em sua negação de seu Senhor. O lugar onde fez isto, o motivo mesquinho que o levou a tão abominável pecado, o juramento e a blasfêmia com os quais tentou corroborar sua falsidade, e a terrível dureza de coração que o levou a fazê-lo de novo e de novo ainda.
Pedro também pensou sobre o olhar de amor de seu Mestre. O Senhor seguiu de perto o cantar de aviso do galo com um olhar admonitório de pesar, piedade e amor. Aquele golpe de vista nunca saiu da mente de Pedro por quanto ele viveu. Foi muito mais efetivo do que dez mil sermões poderiam ter sido sem o Espírito. O penitente apóstolo estaria certo de chorar quando recolhesse o pleno perdão do Salvador, o qual o restaurou à sua condição anterior. Pensar que nós temos ofendido tão amável e bondoso Senhor é mais do que razão suficiente para sermos constantes pranteadores. Senhor, atinja nossos corações de pedra, e faça as águas fluírem.
Retirado de Projeto Spurgeon
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